segunda-feira, 30 de setembro de 2013


A casa de dois andares permitia que o cheiro circulasse livremente por entre os cômodos
Seu despertador era o sol
Todas as manhã ele entrava pelas frestas da janela e tocava seu rosto suavemente
O canto dos pássaros a acompanhava em seu ritual diário
De pés descalço, ela colhia flores em seu jardim
Uma decoração simples na sala de estar
Sentada na mesa olhava para as outras cadeiras
Vazias
Um sorriso no canto da boca
Olhar baixo
Perdido entre os cabelos
Ela aguardava o toca em sua porta
Seu amado de volta
Sua roupa de combate suja
Seu olhar firme
Seu sorriso largo.!
Pegava a intimação
Uma ordem de apresentação
Levantava o olhar
E na parede a única coisa que voltara
Uma medalha como honra por lutar pelo seu país
Morrer por sua nação
Seu ritual de todas as manhãs durou anos
Os anos passaram
E seus anos acabaram
O sol já não tocava mais seu rosto
E as flores deixaram de ser colhidas
Ao encontro de seu amor ela partiu
Em uma doce manhã ela sorriu.!
Diogo Guedes
30/09/2013

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