domingo, 16 de agosto de 2015

- autorretrato -


Logo pela manhã ao acordar ele pegava sua caneta e papel
Ali desenhava como seria seu dia
Desenhava quais as pessoas iria encontrar
Quais iria se relacionar
Como elas seriam
O que elas precisavam fazer
Como elas iriam exergá-lo
Tais dias as loiras
Outro as ruivas
Uns as morenas
E por fim as negras
Sua vida era um molde do qual ele tinha controle
E a vida das pessoas também precisavam ser assim
Sua caneta era mágica
Alguns dias ela pintava as nuvens no céu
Outro as árvores
Dias de chuva
Dias de sol
Sua vida era totalmente escrita pela manhã
E assim foi
Até a tinta de sua caneta acabar
Suas folhas estarem completamente preenchidas
As pessoas não serem mais como suas linhas pediam
Ele viu que o mundo não podia ser seu autorretrato
Ele teria que aprender a viver com a surpresa
Surpresa de como seria aquela menina
O que ela estaria pensando
Surpresa se cairia chuva mesmo após o sol aquecer sua manhã
Surpresa de como alguém olharia para ele
O que iria pensar
Simplesmente supresa
Surpresa por se apaixonar
Ahhh, paixonar!
Seu autorretrato passou a ser ele próprio, mas ele próprio de verdade
Novo e disposto a ser novo todas as manhãs
Sua caneta mágica não precisava mais ser utilizada
Ele passou a ser a caneta
E a vida seu papel

Diogo Guedes
16/08/2015

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