segunda-feira, 22 de junho de 2020

- modificar, sonho, libélula -


Muitas coisas simples estão aqui para alegrar
Deixar o corpo com a alma leve, acalmar
A alma levemente se desprende do corpo... o toque tem sua missão, acalentar
Os corpos frios estão aqui, juntos para aquecer
Hoje não vou pensar nos problemas do mundo, fechei os olhos apenas para esquecer
Olhos fechados, estico os braços para alcançar
Você não está próxima, passos para trás para disfarçar
Simples, mas tudo faz meu sorriso brotar
A brisa da varanda entra, corre o rosto. A sensação é a mesma que flutuar
Sinto-me como meu copo de uísque, errei a mão e estou prestes a transbordar

A cor do cabelo pouco importa
A música que toca já não me incomoda
Acho até que ela começa a fazer parte de bons pensamentos
A silhueta que trafega começa a ser simples, assim como o vento
A fumaça do cigarro brinca na varanda
Fico aqui, sentando olhando... quase uma ciranda
O olhar é leve e horizontal, se perdem junto com os acordes
Suas músicas são cheias de mistérios e segredos
Sou encarado com o olhar... simples, olho de volta e sorrio
Cruzo a perna, espero o contato, nunca dei tanto valor ao tato

O toque vem com a suavidade da vida, já não me recordo... tocava música?
Penso neste mesmo instante, minha mente é um turbilhão, como posso ser lúcido?
Entrei em transe e penso "não transe" ainda estou tímido
Cada novo toque, sinto meu barco virando em alto mar, como sobreviver ao náufrago?
O copo virou sobre mim, ingeri toda minha intensidade, me tornei um bêbado
Bêbado de mim, do que está sendo criado em minha mente, mais um gole... o último
Tudo se tornou turvo e bagunçado era segunda quando dormi, hoje já é sábado
Quanto tempo fiquei aqui? Olho para o lado, encaro meu íntimo
Não te enxergo neste instante. Estava na varanda, fugiu como um pássaro
Tudo parou, acabou o tato, o trato... tudo se tornou líquido, até pouco era sólido

Diogo Guedes
22/06/2020

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